Faz dois dias que não acesso o blog. Hoje, resolvi vir aqui, matar um pouco o tempo e... escrever. Estou com vontade de falar sobre "crença", já que, outro dia, pediram-me a opinão sobre essa temática. Mas o problema é que, exatamente , hoje, estou podre de preguiça, então, remexendo nas velhas e empoeiradas pastas, encontrei alguns pseudopoemas, que escrivi num momento meio dramático de minha vida. Eis um deles. Deleitem-se, reflitam ou, simplesmente, fechem esta página e procurem outra coisa mais interessante (certamente, vocês encontram "coisas" mais interessantes...) para ler....
E de repente fez-se a luz.
E com ela, brotaste neste plano.
Fazia sol ou chuva,
Frio ou calor,
Mas o estado não importava:
Surgias no mundo.
Trazias consigo
O Brilho de uma pérola,
A sabedoria de uma anciã,
A sensibilidade uma poetisa.
Precocemente, buscaste o entendimento sobre o mundo.
Procuraste desvendar o enigma do existência.
Indagavas o porquê de tudo:
De mim, de ti, de nós.
Sonhavas com o desconhecido.
Almejavas abri-lo,
Tocá-lo,
Incorporar-te a ele.
Perguntas mil, fazias-me.
Mil e uma, tentava dar-lhe,
Sempre que podia.
És absoluta criatura,
Que a todos causa pasmo.
Cruzados foram os nossos caminhos.
Pelas mãos do destino, viste a mim,
Fui a ti,
Para algo, a ti, ensinar.
Pobre ilusão, fora essa,
Pois sabias mais do que podiam todos desconfiar.
Encontrei-te com aprendiz,
Contudo, mais que isso, te tornaste.
Desejei um colega ser,
Colegas nos tornamos.
Busquei, inutilmente, o coração isolar,
E, aos sentidos, somente isso parecer.
Capricho da imaginação, tive eu
Ao tentar, uma montanha, em um pequenino grão de areia transformar.
Perdi a razão,
Machuquei meu coração,
Vislumbrei, então, uma solução,
Para aplacar a tensão,
Que em mim remanescia.
Para ti tirei a máscara
Que parte do meu “eu” escondia.
Tiveste nas mãos
Toda a história minha.
O medo subjuguei,
A coragem fomentei,
E, a ti, por completo me mostrei.
Receio, tive eu
De incompreendido,
Ser mais uma vez.
Despi-me.
Viste-me.
Chorei, deveras.
Minhas lágrimas,
Por ti, foram enxugadas.
Amigas, realmente, foste tu.
Deste-me a mão em lugar da rejeição.
E, como em um espelho,
Vi-me pela primeira vez.
Muitos são os chamados,
Poucos, ou nenhum, os escolhidos.
Entretanto, com as regras, vêm as exceções,
E, no plano da nossa amizade,
Fui, por completo, campeão.
Conheci-te.
Conheceste-me.
Deste-me a mão.
Segurei-a.
E, com ela, acolheste-me.
Guardo-te o bravio olhar.
O aperto de mão, tenho-o, tesouro, aqui, junto ao peito.
O brilho do olhar teu reluz-me ainda.
Porém, se um dia me disseres
Que a amizade acabou,
Resignar-me-ei.
Foste verdadeira.
Fui feliz.
O teu apreço me foi valioso.
Me é.
E sempre será.
Se acabar, paciência.
Tudo passa.
A vida.
Os atos.
Os sentimentos, como tais, são efêmeros.
Não há como fugir às regras.
Mas, sem esquecer, obviamente, de que há, também, as exceções.
Davi Tintino
21.06.2003.
4 comentários:
Queria eu saber o que passou na sua cabeça no momento em que você fez isso... As vezes olho os meus poemas antigos, e penso: "Em que eu estava pensando para fazer algo assim?". Mas creio que nunca vou querer saber o que tem na cabeça de Davi Tintino. Investigar gênios pode-lhe trazer a loucura.
Obrigado pela parte que me toca, mas a história que originou esse pseudo é um tanto espinhosa, porém, no momento em o escrevi, achei necessário para materializar a dor que sentia e ver em que pé andava aquilo que existia, deveras, dentro de mim...
Dickson, quero lhe fazer um convite... conversamos mais depois! Vlew, irmão!
Hj, ao final do folhetim "Ciranda de Pedra", vi uma frase altamente aplicável e verdadeira: "Certas histórias são escritas pelo destino. E nem que quiséssemos, teríamos o poder de mudar!" Abraços!
Postar um comentário