terça-feira, 30 de setembro de 2008

Por um passado, com um presente, para um futuro!

Nos últimos dias, tenho pensado muito neste momento de minha vida. Tenho refletido o quanto as coisas estão de um jeito e, repentinamente, tudo mundo. Para pior ou para melhor, dependendo, muitas vezes, do modo como você coloca-se diante da mudança.
Falo isso, porque olho para os lados, olho para o horizonte, olho para dentro de mim mesmo, e me pergunto como foi que cheguei até aqui. Um cara com 28 anos de idade, já possuindo uma primeira formação acadêmica, especialista, profissional atuante em duas instituições (sendo uma delas, uma das mais conceituadas na cidade!)etc etc etc... E de repente, vejo-me enfrentando um novo desafio - percorrer mais um longo caminho através dos bancos universitários, agora na Faculdade de Direito. Sou um cara meio que movido pela emoção, porém há momentos em que sinto uma vontade de mudar, de me embrenhar por caminhos desconhecidos e desafiadores. Vontade doida de sentir o frio na barriga e me lançar, tresloucadamente, na imensidão do horizonte... perigoso!
Perigoso, porque tudo que é novo nos amendronta, intimida-nos pelo fato de querermos dar passos à frente, e não darmos, por temer a perda, o não-reconhecimento, a falta de "tesão" que tanto encantava enquanto o novo era novo e, de repente, tornou-se nada... Quando decidi cursar direito, ponderei todos esses possíveis obstáculos, e jogei-me... O estresse do vestibular, ter que assistir a aulões-tapa-buracos, ficar deprimido por conta de uma possível reprovação, ter a boca seca nos momentos que antecedem a prova, enfim, todo aquele processo indispensável para quem almeja ocupar as tão surradas cadeiras universitárias...
Hoje estou no quarto período, sou um aluno... (como poderia dizer?)sou um aluno que consegue ser ele mesmo, com as suas próprias imperfeições e, dentro do que a mortalidade permite, com as suas perfeições... E continuo com a minha atividade docente, acordar, horrivelmente, todas a manhãs, e, pilotando minha negra linda, ir aos colégios falar um pouco do que sei, ou penso que sei, ou talvez não saiba e finja que sabe, ou nada disso, ou tudo isso... sei lá (abaixo todos os pensamentos complexos, pelo menos neste espaço antiestresse!!!!!!!!) e falo sobre classes gramaticais, sobre orações, sobre sujeitos e predicados... falo tanta coisa, encho tanto a paciência dos meus alunos (e eles, a minha!!!!) e tudo termina no final de semana para reiniciar na seguinte...
Mas, sabe de uma coisa? Fico imaginando o dia em terei que abandonar aquele espaço, deixar para todo o espaço que ajudei a construir, que, exaustivamente, empreguei litros de salivas para construir, por meio de pensamentos abstratos, um pouco de um mundo mais sensato e verdadeiro... Sou meio ligado nestes lances de emoção, de saudosismo, de nostalgia, e todas as palavras congêneres. Imagino a saudade que vou sentir daqueles garotos, daquelas salas de aula quentes, daquele barulho, daquele jeito doce de alguns, e agressivo, de outros. Sou chorão por natureza, curto muito chorar de verdade e com vontade.
Ao longo desta estrada de quase dez anos, conheci pessoas fantásticas, únicas, inesquecíveis. Dentre elas, merece um lugar, no fundo do coração, Hennan, um cara que conheci em 2001, e que se tornou o meu melhor amigo, digno de louvor, já que enfrentammos várias juntos. Valeu, irmão, você é para sempre. Angélica (Oitava Série A - 2005 - CSCM), garota fantástica que demonstrou para o mundo o quanto é forte e consegue vencer os obstáculos. Daniel Ricardo (Nono Ano C - CSCM - 2006), inesquecível por querer sempre ser mais bonito do que eu (hauhauhauhauha. foi mal, Dan, mas não concordo não!). Heyde (Nono Ano A - CSCM - 2006), extremamente inteligente e muito emotivo, como eu! Pedro Lúcio (Oitava Série B - CSCM - 2005). Em 2008, fui presenteado com vários gêneros de pessoas, que, na sua pluralidade, têm tornado a minha vivência mais suava e rica - Lucas Queiroz, com a sua genialidade. Walkernandes, na sua eterna infantilidade encantadora. Danilo Caverna, na sua magnífica e inexplicável forma de ser. Valéria Brilhante, o sobrenome já diz tudo. Letícia Azevedo, moreninha linda, que com um sorriso lindo, fascina todo mundo (meu irmaozinho Nivaldo que o diga!). Ufa! Tenho que parar porque senao enrolarei a noite e minha cota de net, por hoje, já está cumprida! Boa Noite, aos que lerem hoje! Abração!

3 comentários:

Askabusky disse...

Hoje seria o feriado mais chato da minha vida se eu não tivesse lido esse texto que me fez meus olhos umedecerem. Tenho muita sorte por ter tido a oportunidade de conhecer você, Davi. Sinceramente, acho que você cumpre o papel de professor mais do que ninguém. Porque você me ensina algo muito além de gramática.
Eu sempre pensava coisas do tipo, “Será que quando crescer vou ficar igual a todos esses adultos que eu vejo? Será que todos nós vamos sempre ser iguais quando crescemos? Será que toda minha relatividade e diferença vai ficar por aqui mesmo?”. Mas aí quando conheci você, veio uma só resposta: NÃO!
Você é a pessoa mais diferente que eu já vi, e não deixo de ficar impressionado com as coisas que você diz e pensa. Algumas coisas são tão parecidas com as que eu penso, que as vezes chego a me ver em você, chego a dizer: “Esse vai ser eu!”. Se EU quiser.

Davi Tintino disse...

Cara, você é profundo demais. Naquele dia, senti-me lisonjeado em ser o porta-voz daquele texto lindo que você escreveu para Blenda. Espero ler, ao longo da vida, muitos textos seus. E você, nunca perca sua pureza de ver a vida e senti-la em profundidade. E, naquele dia, vi nas suas palavras muito de mim. Obrigado por ser como você é. Vlw, mano!

Blenda disse...

Davi...
O que eu poderia falar sobre os textos dele? (Sei muito bem que esse comentário não será visto, mas tudo bem...) Os textos de Davi não são apenas textos bem redigidos e com uma gramática impecável. Os textos de Davi vão muito além. Dentro deles, em suas entre linhas, encontra-se não só uma mensagem de sensibilidade e de ver a vida com outros olhos, mas também a personalidade de uma pessoa extremamente inteligente e sensível, que assume os seus erros e sabe muito bem do que é capaz de fazer. Davi, deviam existir mais pessoas como você, mas já que não existem muitos exemplares nesse ínterim, aproveito cada minuto da sua presença para que eu possa aprender a levar a vida como você.
Correção: Faltou apenas o meu nome dentre os muitos outros citados, porque sem mim, Blenda Catarina, o senhor não conseguiria dar aula no Nono E!
Beijo Davizinho.