
Fiquei olhando para o teto e lembrei-me de uma pergunta que haviam me feito, horas antes da entrada do ano que estava por nascer. Indagaram-me sobre as metas que eu estabelecera, ainda em 2008, para o bebê 2009. Em um momento qualquer de minha vida, anterior ao que estou vivendo, responderia que estava cheio de projetos a serem realizados, que, certamente, buscaria mais reconhecimento diante da massa social, ou qualquer outra coisa do gênero que satisfizesse o meu eu-capitalista. Porém, com a força divina, tenho procurado fugir um pouco das amarras do nosso sistema, estúpido e fétido, e buscado, encontrar algo mais profundo e essencial para a minha vida.
Não nego a importância do dinheiro, não nego o seu valor e a necessidade de sua posse para se levar uma vida confortável, ajudar aqueles que precisam dele, não nego que gosto pra caralho de ganhar o meu próprio vil metal para usufruir um pouco (ou muito!) das benesses que ele pode proporcionar. O que estou querendo dizer, verdadeiramente, é sobre aquilo que, prioritariamente, deve se sobressair no que concerne às inúmeras necessidades do homem.
Hoje, prestes a completar meus vinte e nove anos, tenho vivido um momento de mais introspecção e tentado perceber o que realmente é mais importante para me fazer feliz. Não aquela felicidade da TV, dos filmes americanos, em que existem imagens padronizadas sobre o príncipe encantado, daquele amor idealizado, que atravessa milhares de provações, até que se consegue atingir o auge da felicidade, felicidade esta que não se acaba mais e que não é interrompida por nenhum infortúnio. Não falo desta felicidade!
Refiro-me a um estado, a uma conscientização, um tanto materialista, sobre como conduzir a vida para uma felicidade verdadeira, falível, como o próprio homem. Falo de uma felicidade consciente, de uma felicidade que nos permite viver e saber que existem momentos que nos proporciona o mais intenso dos sorrisos, da mesma maneira em que existem situações que fogem do nosso controle e provocam a mais aguda e profunda dor. É aí , exatamente, que quero chegar!

Hoje, pela manhã, quando me lembrei daquilo que me perguntaram, pensei que não estabeleci para o ano-neném a busca incessante pela felicidade holliwdiana. Já faz tempo que a descartei. Para este ano que se inicia hoje, busco um outro tipo de vida. Busco encontrar a felicidade que é possível ser alcançada, a essência do que pode realmente fazer um homem feliz. Para 2009, tenho alguns projetos, algumas metas a serem atingidas. Tenho que ler muito, estudar bastante. Ter um desempenho razoavelmente excelente na facul (sintam o paradoxo!), ser o profissional admirável enquanto professor! Tudo isso são metas, objetivos que podem ser alcançados por meio de bastante trabalho. Tenho, no entanto, sonhos que labutarei para consegui-los atigir. Amar e ser amado, preservar a pessoa maravilhosa que tenho, ser um bom filho, um amigo melhor, um irmão mais presente. São, justamente, estes sonhos, conjugados com as metas elencados que podem possibilitar que eu me torne um homem melhor.
Desejo, veementemente, conseguir atingir esse propósito de vida. Conseguir viver, dia a dia, sem cobrança desmedida para atingir metas sobre-humanas. Quero viver o presente, construir uma base sólida agora, dedicar-me ao momento atual, sem ficar com a cabeça nas possibilidades vindouras, no que poderá ocorrer amanhã.
Ontem ouvi uma frase numa música de Frejat que dizia, mais ou menos, assim, quando fala sobre o dinheiro: "tem-se que tirar um momento para saber quem é que manda: você ou o dinheiro", a frase não é, textulmente, assim, mas lembrei-me apenas de sua lição. Quero viver deste modo, reconhecendo a importância do dinheiro, lutando para ganhá-lo, mas não viver em sua função, ganhá-lo para viver e não o inverso.
Quero ser mais sincero e mais honesto neste ano que se inicia. Não que eu seja o mais corrupto e desonesto dos homens, não é isso! Não mandem que a Polícia Federal venha até minha casa para realizar uma busca. Longe disso. Quero apenas eliminar pequenos desejos e ações conspurcados de sentimentos ínfimos. Todos nós temos, mas poucos os reconhecem, principalmente, para si mesmos. Tenho alguns que preciso riscar do meu eu, do meu Id, Ego e Super-ego. Mas, não eliminar a todos, pelo contrário, quero continuar mais homem do que nunca, já que sem os Sete Pecados Capitais, a vida não teria tanta graça assim, além do mais não tenho vocação para santo (Deus que me perdoe...). Quero subjulgar apenas aqueles que me fazem perder o sono. Um deles estou conseguindo, mas não posso revelá-lo aqui, pois respeito as convenções sociais.

Quero fazer de 2009 uma longa estrada que, para ser percorrida, são necessários, exatamente, 365 dias, nem mais nem menos. É uma estrada, relativamente, longa. Quero percorrê-la, sem pressa, sem correr, contando os passos, desenhando os seus contornos, pintando de azul o céu, deixando a mata mais verde, a noite mais escura, o horizonte (dependendo do meu estado de espírito!) mais claro ou mais escuro. Eu sou o artista deste quadro multicolor, de várias texturas, onde podem aparecer alguns personagens coadjuvantes ou apenas para dar mais ênfase ao enredo Davi Tintino-2009. Alguns atores já têm lugar garantido, poderão contribuir para que o meu quadro se torne mais vivo, poderão sugerir nuances, mas, certamente, de uma coisa, não abro mão: a última demão de tinta serei eu quem dará! Até a próxima tela congnominada "Ano Novo"...
3 comentários:
Show, Show :D
MaSsa mesmo;)
cadê a minha hein? :P
Amigo Davi,
Amei esse texto. "Bolei de rir" e fiquei tão curiosa para saber dos desejos referidos, mas não nodeados! Você não faz idéia! Risos.
Você escreve maravilhosamente bem, a leitura flui.
Beijos amigo!
Texto bom como esse, acaba em questão de segundos. Quero mais! ):
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