Olá, turminha! Voltei depois de muito tempo distante deste espaço que serve, a um só tempo, como refúgio e instrumento de expressão da parte mais profunda de mim e que apenas vem à tona por meio delas, sem as quais não consigo expulsar aquilo que, ora me aflige, ora me consome, ora me eleva aos céus, ora me faz se forte. Elas. Elas. Elas... as PALAVRAS, tal qual a larva que sangra do ventre da Terra.
Gosto muito de escrever. De me mostrar por meio da linguagem verbal. De estar comigo, estando com os outros, uma vez que as palavras nos permitem sair de nós mesmos sem, paradoxalmente, sairmos do estado em que estamos... Putz! Procuro me controlar, ser claro, objetivo, mas às palavras têm esse poder sobre mim, de me fazer dizer mais do que quero e ficar com a sensação de que, ao invés de um ponto, uma vírgula bem colocada poderia ter propiciado uma melhor exploração e exposição do meu pensamento, mas enfim, vamos ao que me propus no início desse texto, no título.
Vim aqui hoje, primeiro para dizer aos quem se propõem a ler o que escrevo que fico feliz quando descubro o quanto de pessoas tiram parte de seu precioso tempo para ver um pouco de Davi Tintino através das "mal traçadas linhas" que escrevo. Isso demonstra que, bem ou mal, consigo atrair os outros para os meus pensamentos, para os meus estados d'alma, para aquilo que precisa sair de mim e ganhar vida própria, numa espécie de alterego. Agradeço, assim, a todos e a todas que vêm a este espaço e de algum modo se identifica, seja confirmando, seja negando, seja, ainda, mantendo-se na neutralidade do discurso, embora haja aqueles, como Foucault, que discordam de que as palavras que são ditas resguardam-se a não assumir nenhum lado das contendas sociais. Registro aqui o meu contentamento para com essas pessoas...
Hoje, venho aqui para falar um pouco sobre o ano que está findando, das realizações, das perdas, dos sonhos, das metas... 2010 foi um ano bom, muito bom. Foi um ano de descobertas, de conquistas, de consolidações, de novos caminhos a serem trilhados. Se em 2009 comecei um novo momento em minha vida, 2010 foi o momento de colocar os pés no chão e consolidar aquilo que se iniciou no ano anterior.
No ano passado, consegui alcançar um patamar almejado por muitos, disputado por inúmeros, mas atingido por poucos: ser professor do serviço público federal. Nesse momento, tive que decidir entre dar prosseguimento a faculdade de Direito ou ingressar no magistério do IFRN. Optei pelo segundo e hoje não me arrependo, apesar de ter criado um gosto fantástico pelas discussões jurídicas.
Em 2010, um sonho há muito adormecido, despertou quando comecei a me relacionar com professores do IF que são pós-graduados (mestres e doutores). Resolvi me matricular como aluno especial do mestrado na UFRN. Esse é um processo normal para quem deseja ser aluno regular nesse curso de pós. Em novembro deste ano, submeti-me à exaustiva seleção e, depois de três etapas, posso, hoje, dizer que SOU ALUNO DO MESTRADO EM LITERATURA COMPARADA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN.
Se vocês pudessem sentir a emoção ao ver o meu nome entre os aprovados, creio que poderiam compartilhar comigo tamanha emoção. Posso dizer sem medo de estar sendo exagerado que hoje vivo uma das melhores fases de minha vida. Tenho, graças a DEUS, tudo o que pode fazer um homem realmente feliz...
Hoje, olho para trás de vejo o quanto já foi caminhado e o quanto ainda existe para ser caminhado. Vejo-me como um homem comum, com qualidades e não digo defeitos, mas limitações como todo e qualquer ser humano. Gosto e quando gosto, gosto mesmo. Quando algo não me agrada, também me sinto no direito de expressar, claro que com restrições e com educação, acima de tudo. Convivo com pessoas de quem gosto muito, pessoas as quais aprendi a admirar e por quem passei a ser admirado. Convivo também com pessoas com as quais não tenho nenhum afinidade, mas que pelos ossos da vida em sociedade tenho que me submeter a tais presenças.
Alguém pode indagar: "Por que Davi fala tanto em pessoas?". A essa pergunta, digo que tudo que sou hoje é reflexo das pessoas que passaram ou que ficaram em minha vida. Creio que todo mundo que de alguma forma entra em nossa vida, fá-lo por um motivo que muitas vezes desconhecemos por nossa limitação humana, mas que se encontra escrito num livro grandão, guardado por um Ser Onipotente e que tem a chave para tudo. Conheci pessoas que simplesmente vieram, pelas mãos do desconhecido, até mim para que eu aprendesse algo, por mais insignificante que fosse. Outras me mostraram a importância de se ter pessoas verdadeiras e humanas na nossa base. Base de vida. Base de amor. Base de ser. Base de construir. Bases e mais bases sem as quais a vida não seria possível.
Hoje, sendo o que sou, compartilho do princípio de que a presença de amigos na nossa vida é algo tão imprescindível e precioso que se equipara à necessidade e à indispensabilidade dos dedos de nossas mãos. Vejam bem que temos somente dez dedos, cinco em cada mão, mas que são o suficiente para que tenhamos e desenvolvamos todas as habilidades e atividades para nossa vida enquanto animal biológico e animal político, nas palavras de Aristóteles.
Os dedos são ferramentas essenciais para a nossa sobrevivência. Com eles, manipulamos os objetos na realização de tarefas e, mesmo sem objetos, conseguimos realizar uma infinidade de ações importantes na nossa labuta em busca da sobrevivência. Os nossos ancestrais matavam com as mãos (e muitos atuais o fazem como se a vida fosse nada...) em busca de se manter vivo na luta com as outras feras. As nossas mãos lava o nosso corpo para nos livrar das impurezas. As nossas mãos tiram cisco dos nossos olhos... As nossas mãos são a arte que faz a arte. Os meios que nos poem em contato com aquilo de que precisamos para construir, materialmente, o nosso mundo.
Os nossos amigos são as nossas mãos. São os dedos. São a porta da nossa sensibilidade. São eles que nos ajudam a construir o nosso mundo. São eles que nos acariciam. Amigos, amigos, amigos. Tenho dez dedos nas mãos e amigos, será que eu teria mais ou menos? A resposta seria simples, se não fosse tão complexa por conta de todo um conjunto de filosofias de vida (da minha e da dos outros...).
Hoje, quero, nas vésperas de fim de ano, celebrar a vida. Não me aprofundar muitos em alguns assuntos, já que, como disse antes, falo demais e escrevo muito também, proporcionalmente. Quero simplesmente viver sem muita perturbação. Comemorar as vitórias. Aprender com as perdas. Amar e ser amado.
2009 e 2010 foram anos de superação e de conquista. Venci a mim mesmo em vários momentos. E esses dois anos são o coroamento de muito esforço, de apoio incondicional de amigos, de amor incontido de meus familiares, do companheirismo e do carinho de meu amor.
Em 2011, estaremos, com a graça de Deus, juntos...
Obrigado a todos (família, coração, amigos, alunos...) pela vida na minha vida... vocês são a essência daquilo que há de melhor em mim...
Um lugar para passar o tempo de modo inteligente, sadio, despreocupado... Mas, prezo por uma coisa - respeito e uso de um comportamento adequado a todas a s faixas de idade. Este é um espaço familiar e, portanto, respeitável. Usufrua, sem deturpá-lo!
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Vazio
Há alguns meses que não venho a este espaço para escrever. Mas hoje, infelizmente, venho para falar sobre algo ruim, uma situação triste, uma dor que grita, um vazio que mais parece um turbilhão de matéria que avoluma o peito. Hoje venho aqui falar sobre mim, sem tons filosóficos e existenciais exacerbados. Hoje venho falar sobre a perda e como ela pode nos fazer ganhar, mesmo que estejamos com olhos voltados, naquele instante, para a dor e não para aquilo que causou a dor.
Hoje, 18 de junho de 2010, é o prolongamento de um dos dias, provavelmente, mais duros e difíceis que já enfrentei nesses trinta anos de vida. Hoje, sinto em mim um vazio que, ao respirar, causa uma sensação terrível que se assemelha a retirada de todos os órgãos que enchem e formam o nosso peito. É uma dor sem consistência, que se apalparmos a região onde fica o coração, não sentimos nada. Mas que ao se respirar profundamente por se lembrar de um momento feliz, causa uma dor terrível que droga nenhuma pode amenizar os efeitos.
Eu sempre li livros em que se narrava romances grandiososos, de amor profundo e que causam muita dor. Essas histórias, por mais que me encantassem, não causavam em mim um impacto muito grande.
Deliciava-me com os conflitos romanescos, as dores das personagens e, vez por outra, ria, questionando a intensidade das dores construídas pelas tintas do autor. Não imaginava que aquilo refletisse fidedginamente o que vivem as pessoas reais. Fui pego no laço e cá estou eu sentindo que abaixo de meus pés não existe mais chão. Que o ar que respiro é denso. Que a noite não traz mais a calma e descanso que lhe são inerentes.
Hoje sinto o que é realmente precisar de um outro ser humano para viver. É saber que, apesar de todos os erros, aquele ser é o único capaz de lhe dar ar, colocar-lhe chão sob os seus pés. Fazer com a noite seja um regaço de calmaria e relaxamento. Nunca pensei ser capaz de viver tão intensamente isso. Vivo hoje, mas o meu coração está muito machucado.
Sempre acreditei que o amor verdadeiro é aquele que dá a liberdade para que o outro ser humano sinta-se livre e voe quando achar que ali não é mais o seu lugar. Agora percebo que seguir esse princípio é doloroso por demais. Deixar a pessoa que você ama, aquela com quem você idealizou toda uma vida, constituir uma família, pequenina e quente, como coração de mãe. Isso dói.
Neste momento, tenho que conviver com várias dores: a dor da perda, a dor do vazio, a dor da fraqueza e da impotência, a dor certeza... Tenho me apegado com Deus. Tenho buscado forças. Tenho chorado... e tenho buscado entender o porquê de tudo isso, a consciência de ter errado.
Não sei o que fazer agora. A ação de viver ganho status de sobrevivência, um dia de cada vez. Peço a Deus forças todas às vezes em que pego o celular, que acesso minha caixa de e-mails, que entro no Orkut. Forças para não desrespeitar o direito de ninguém e, principalmente, da pessoa que, junto com minha mãe, formam as pessoas que mais amo e admiro.
É para você, Amor de minha vida, que escrevo estas palavras, não como uma forma de voltarmos ao estado anterior, mas, como um modo de dizer o quanto o seu amor me é caro e sem ele, fico à deriva. Sou homem, fraco, falível. É para você que me dispo e digo que recorde dos nossos momentos, momentos em que idealizamos um futuro juntos, a dois, ou melhor, a três. Fique com Deus...
Hoje, 18 de junho de 2010, é o prolongamento de um dos dias, provavelmente, mais duros e difíceis que já enfrentei nesses trinta anos de vida. Hoje, sinto em mim um vazio que, ao respirar, causa uma sensação terrível que se assemelha a retirada de todos os órgãos que enchem e formam o nosso peito. É uma dor sem consistência, que se apalparmos a região onde fica o coração, não sentimos nada. Mas que ao se respirar profundamente por se lembrar de um momento feliz, causa uma dor terrível que droga nenhuma pode amenizar os efeitos.
Eu sempre li livros em que se narrava romances grandiososos, de amor profundo e que causam muita dor. Essas histórias, por mais que me encantassem, não causavam em mim um impacto muito grande.
Deliciava-me com os conflitos romanescos, as dores das personagens e, vez por outra, ria, questionando a intensidade das dores construídas pelas tintas do autor. Não imaginava que aquilo refletisse fidedginamente o que vivem as pessoas reais. Fui pego no laço e cá estou eu sentindo que abaixo de meus pés não existe mais chão. Que o ar que respiro é denso. Que a noite não traz mais a calma e descanso que lhe são inerentes.
Hoje sinto o que é realmente precisar de um outro ser humano para viver. É saber que, apesar de todos os erros, aquele ser é o único capaz de lhe dar ar, colocar-lhe chão sob os seus pés. Fazer com a noite seja um regaço de calmaria e relaxamento. Nunca pensei ser capaz de viver tão intensamente isso. Vivo hoje, mas o meu coração está muito machucado.
Sempre acreditei que o amor verdadeiro é aquele que dá a liberdade para que o outro ser humano sinta-se livre e voe quando achar que ali não é mais o seu lugar. Agora percebo que seguir esse princípio é doloroso por demais. Deixar a pessoa que você ama, aquela com quem você idealizou toda uma vida, constituir uma família, pequenina e quente, como coração de mãe. Isso dói.
Neste momento, tenho que conviver com várias dores: a dor da perda, a dor do vazio, a dor da fraqueza e da impotência, a dor certeza... Tenho me apegado com Deus. Tenho buscado forças. Tenho chorado... e tenho buscado entender o porquê de tudo isso, a consciência de ter errado.
Não sei o que fazer agora. A ação de viver ganho status de sobrevivência, um dia de cada vez. Peço a Deus forças todas às vezes em que pego o celular, que acesso minha caixa de e-mails, que entro no Orkut. Forças para não desrespeitar o direito de ninguém e, principalmente, da pessoa que, junto com minha mãe, formam as pessoas que mais amo e admiro.
É para você, Amor de minha vida, que escrevo estas palavras, não como uma forma de voltarmos ao estado anterior, mas, como um modo de dizer o quanto o seu amor me é caro e sem ele, fico à deriva. Sou homem, fraco, falível. É para você que me dispo e digo que recorde dos nossos momentos, momentos em que idealizamos um futuro juntos, a dois, ou melhor, a três. Fique com Deus...
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