domingo, 19 de abril de 2009

Dos tempos de minha 8ª Série, 1995.

Eita, quanto caminho eu percorri desde que tabelei o ano de 1995, época de minha saudosa 8ª Série "A", lá, naquela escola tão pequenina, mas que para mim parecia enorme, nas manhãs frias de educação física, quando batíamos uma bolinha num espaço de areia que havia entre as salas, onde usávamos, como traves, os bancos de concreto e madeira.
Era um tempo de descobertas, de sonhos, de medos, de desejos físicos... Era o tempo em que este que vos escreve contava com apenas 15 anos. Já naquele momento de minha vida, eu sentia um desejo doido e incontido de escrever, parecia um bicho que consumia meu interior em busca da luz no fim do túnel. Lembro-me que eu escrevia bastante, principalmente, as minhas impressões acerca do mundo, das pessoas, dos medos da humanidade, das dificuldades que eu, como jovem perdido no mundo, sentia em relação ao futuro, ao que poderia acontecer (ou não!).
Estava eu, por estes dias, procurando livros no meu mundo de papéis, quando encontrei um destes saudosos textos que me relaxavam na época de minha tão difícil adolescência. É um texto simples, feito num verso de uma folha que arranquei do caderno de um colega de turma (Edgard André Pereira de Sousa - olha só a minha memória, pois recordo-em completamente o nome de muitos colegas de outrora - pessoa esta de cujo saco eu gostava de enher, tirar a paciência... bons tempos...). Bom, o texto é simples, cheio de "erros", negação às normas gramaticais, redundâncias etc etc etc.
Vou postá-lo, ipsis litteris, afim de mergulhar na cápsula do tempo e, por meio das linhas e palavras tortas, reviver em algum cantinho aconhegante da memória aquele tempo de medos e desejos reprimidos, em que lutar era uma questão de indepenência. Vejam, como o Davi de Hoje via o mundo naquele momento. Ei-lo:

"Consqüências do Egoismo"
" 'Tudo bem? acho [sic] que não. Têm [sic] gente por ai [sic] com cara de fome. A sociedade se entregou por inteiro ao egoismo [sic]. Egoismo [sic] palavra abstrata, que não se ver [sic], mas que se sente. Todos tem [sic] um pouco de egoismo [sic] dentro de si. Essa palavra surgiu no mundo desde os tempos mais remotos, desde que o homem começou a raciocinar, pensar no seu bem-estar. Agora o egoismo [sic] não vive só, Para [sic] lhe fazer companhia surgiu a cobiça e, [sic] a ambição. Deus fez o mundo sem cercas e muros, para que suas criaturas pudessem pocriar e dar as [sic] suas mudas o poder da liberdade. Deus incubiu ao [sic] homem pregar [sic] O [sic] seu [sic] amor sem distinção, ou seja, o que ou a quem.
Muitos hojes (sic), filhos de Deus [sic] são discriminados pela cobiça que os próprios homens gerarar. O egoismo [sic] gerou não somente a ambição, a cobiça, mas também a fome, o racismo, a posição social e muitos outros motivos para que Deus deve estar confuso [sic], pensando como que seus [sic] filhos tiveram cabeça Para [sic] amestrar um sentimento tão sórdido. Talvez algum dia O [sic] homem possa olhar para tráz [sic] e perceber como seu raciocínio negativo gerou no mundo tanta miséria' ".

Autor: Davi Tintino Filho (1995)

Legenda:
- Sic: Sic é um termo da língua latina cuja tradução literal é "assim". A palavra Sic é usada freqüentemente em português para indicar é desta forma (Sic et simpliciter). É possível, de fato, que a palavra "sim" do português tenha origem neste termo.
A palavra "sic" é usada para evidenciar que o uso incorreto ou incomum de pontuação, ortografia ou forma de escrita presente em uma citação, provém de seu autor original. Serve assim para deixar claro ao leitor que não houve um erro de
tipografia. Além desse uso como advertência, a palavra também pode ser empregada para denotar ironia, como neste exemplo:
"O ministro
Antônio Rogério Magri afirmou ontem que Fernando Collor é imexível [sic]."
Via de regra a palavra aparece no texto da forma exemplificada: entre
colchetes e itálico. Isto visa deixar claro que o "sic" não faz parte da citação em si mas foi acrescentado pelo autor da transcrição.

- Ipsis litteris: Ipsis litteris é uma expressão de origem latina que significa "pelas mesmas letras", "literalmente" ou "com as mesmas palavras". Utiliza-se para indicar que um texto foi transcrito fielmente ao original. Pode-se também utilizar uma expressão de mesmo significado, ipsis verbis, que quer dizer "pelas mesmas palavras", "textualmente".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sic

sábado, 11 de abril de 2009

Sensações

Oi, pessoal, há um tempinho que não posto nada. Quero me desculpar com aqueles que, vez por outra, passam por aqui e perdem um pouco de seu tempo para ler os meus devaneios. Mas vamos lá. Por estes dias, estava eu a procurar uns livros para poder estudar quando surgiu aos meus olhos um velho papel com palavras soltas, aspirantes à poesia. Elas refletem bem um momento em que, provavelmente, a minha falta de concentração teimava em me levar para longe. Leia e certamente vocês poderão imaginar onde estava com a minha cabeça. Boa leitura!



"A respiração forte.
O livro aberto.
O pensamento longe.
A tentativa de concentração, escorregadia.


As palavras soltas no papel gritam uma língua estranha!
Tão simples!
A compreensão incerta
Reforça a certeza do desejo...
Latente!?



Parece indiferente à distância.
Lêdo desejo para quem tem receio de amar.
Então seria amor aquilo que pertubava seu ser?


Ou seria paixão efêmera,
Por um corpo também efêmero?


Sentir...


Ou seria tão somente a carne pulsando lascivamente,
Sob a fina camada de tecido?


Sentir...


Talvez reflexo único de algo maior,
Subliminar,
Único,
Humano...


Sentir...


A resposta é dúbia,
Vaga,
Impalpável à razão sapiens, sapiens...


Sentir...



Sentir,
Desejar,
Real!


Sentir...


O insólito é o denominar,
O caracterizar,
O indizível é medo,
Medo da vontade,
Da insanidade,
Do entregar-se à vontade do corpo.
Do corpo de outrem devorando o seu...



Sentir...




(Por incriível que pareça, não registrei a data de criação deste... desta... bom, deste texto!).